Tocam para fãs dos géneros do steampunk e do pós-apocalíptico e o quartel-general da banda no metaverso é o destroço de um helicóptero militar soviético abandonado no deserto. São um trio britânico chamado Redzone (aqui está a homepage deles), e das muitas bandas que tocam regularmente no Second Life são até agora a minha favorita.
Eles já tocam in-world desde 2006, mas ao preparar-me para a minha viagem anual ao SXSW [South by Southwest, um dos maiores festivais de música nos Estados Unidos, que decorre todas as Primaveras em Austin, no Texas], entrando num estado de espírito de rock, encontrei por acaso vídeos das performances ao vivo deles, e quis saber mais. Apesar de os Redzone já tocarem como banda muito antes de existir o SL, com os seus acordes sintetizados, percussões complexas e vozes etéreas parecem de alguma forma nativos do metaverso.
Um outro músico londrino chamado Alazarin Mondrian no SL foi quem lhes falou do metaverso pela primeira vez e eles exploraram-no como um espaço para concertos ao vivo por meados de 2006. "Após ganharmos algum domínio dos controlos e termos assistido a alguns espectáculos decidimos experimentar", contam-me eles. "Tocámos pela primeira vez em Dezembro de 2006. Depois fizemos a tournée SimuLant em Fevereiro de 2007 e o Scorched Earth Festival em The Wastelands em Maio de 2007, e temos vindo desde então a melhorar o nosso espectáculo."
Por que dedicam eles tanto tempo a tocar no Second Life?
"Gostamos mesmo muito da plataforma", explicam-me, "porque nos permite criar os nossos cenários de palco, equipamento, animações e efeitos especiais. Gostamos de valorizar a experiência a cada vez, e em resultado disso agora temos um fantástico grupo de amigos e fãs fiéis que assistem repetidamente aos nossos espectáculos." Os Redzone desenvolveram um sistema de forma a correr o espectáculo do SL através de um sequenciador musical MIDI, e juntam-lhe animações de coreografias, efeitos visuais de partículas e projecções de vídeos, resultando numa combinação que fará deles únicos entre os músicos que tocam no SL. E também vendem o último álbum da banda, Abstract Revolution, nos espectáculos que fazem no Second Life.
Os membros dos Redzone são Cabaret Voltaire (voz, violino eléctrico), Red Xu (guitarra, baixo, sampler) e Avomatsur Rustamova (sintetizador, baixo eléctrico, theremin). O próximo espectáculo ao vivo da banda está provisoriamente marcado para Junho, apesar de ser bem possível encontrá-los em qualquer outra altura numa das improvisadas jam sessions que fazem no quartel-general deles nas Wastelands. [SLurl de teleporte directo neste link]
Crédito da imagem: página Flickr dos Redzone.
Sobre a tradutora Tonjampae Amat:
"Lisboa é a minha cidade, de entre algumas outras que ouso chamar minhas. Adoro a sua luz, a heterogeneidade do seu povo - e agora já estou a falar do meu país - e a riqueza da sua língua. Sou jornalista e escrevo sobre política internacional. (Aprendi as primeiras coisas que sei sobre política em livros de ficção científica, uns livros pequeninos, de capa azul, que povoaram as tardes da minha infância e adolescência).
"Descobri o Second Life através de amigos, que mo apresentaram como um espaço de comunicação global e um universo de criatividade em contínua expansão. Fez-me recordar os meus sonhos de Argonauta. Já lhe vou dominando a linguagem nas palavras e, mesmo não tendo ainda sido capaz de desenhar sequer uma linha recta, sei que um dia conseguirei construir um barco."
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