A redactora de eventos do NWN Chestnut Rau chamou-me à atenção para esta notícia acabada de ser dada [a 23 de Abril] (mas que tardou em chegar). Ao fim de mais de um ano de reclamações de Residentes e controvérsia, o responsável da Linden Lab pela gestão territorial do Second Life, Jack Linden, anunciou que a partir da próxima semana será considerada uma violação dos termos de utilização usar avatares bot para influenciar as estatísticas de tráfego no metaverso.
Os bots são avatares automatizados ligados ao Second Life através de versões open source do programa do SL com o objectivo de aumentar artificialmente o ranking de tráfego dos proprietários de terrenos, o que, por sua vez, influencia a posição desses locais na função de Busca na rede. (Os bots que não se destinam a enganar os números de tráfego, como é o caso daqueles que funcionam como manequins em lojas e exposições, continuarão a ser permitidos; e, de acordo com o anúncio da Linden Lab, os Bots de Terreno, programados para procurar e comprar parcelas de terreno disponíveis, serão provavelmente proibidos pelo final de 2009.)
A forma de aferir estatisticamente o tráfego no SL não sofrerá quaisquer mudanças, mas se os Lindens tiverem sucesso em retirar os bots da rede essa ferramenta tornar-se-á num sistema de medição capaz de reflectir com verdade a actividade in-world dos Residentes. (O que significa que a maior parte dos locais a surgirem no topo do ranking serão quase seguramente aqueles que dispõem de cadeiras nas quais os avatares se sentam e recebem em troca dólares Linden em função do tempo que ali passam.)
A pergunta que domina toda a questão é, assim, esta: Podem os Lindens efectivamente identificar e punir a actividade não autorizada de bots de tráfego?
No anúncio da Linden Lab, Jack diz que os bots vão ser detectados através do policiamento dos resultados da função Busca e contactando os proprietários de terrenos aos quais é identificado um "uso claro de bots". Isto faz-me pensar se será possível que bots suficientemente espertos consigam evitar a detecção. Na generalidade, os bots de tráfego são muito fáceis de reconhecer, porque ficam sentados (ou em pé) em zonas fora das áreas de maior movimento, muito fáceis de encontrar por um Linden com poderes "de Deus".
Mas os programadores de bots podem perfeitamente ser capazes de lhes darem directivas para que mudem de local em momentos ao acaso, o que continuará a influenciar artificialmente os dados de tráfego ao mesmo tempo que contornam a proibição da Linden Lab. Afinal de contas, há bots programados com a capacidade de se moverem sem irem contra obstáculos no caminho, e até de manterem conversações em chat mais ou menos decentes.
A nova política dos Lindens poderá finalmente expulsar os bots dos resultados na função Busca - ou pode, simplesmente, fazer escalar uma corrida às armas entre os criadores de bots e a polícia de tráfego da Linden.
Crédito da imagem: Vlad Bjornson
Sobre a tradutora Tonjampae Amat:
"Lisboa é a minha cidade, de entre algumas outras que ouso chamar minhas. Adoro a sua luz, a heterogeneidade do seu povo - e agora já estou a falar do meu país - e a riqueza da sua língua. Sou jornalista e escrevo sobre política internacional. (Aprendi as primeiras coisas que sei sobre política em livros de ficção científica, uns livros pequeninos, de capa azul, que povoaram as tardes da minha infância e adolescência).
"Descobri o Second Life através de amigos, que mo apresentaram como um espaço de comunicação global e um universo de criatividade em contínua expansão. Fez-me recordar os meus sonhos de Argonauta. Já lhe vou dominando a linguagem nas palavras e, mesmo não tendo ainda sido capaz de desenhar sequer uma linha recta, sei que um dia conseguirei construir um barco."
Comments
You can follow this conversation by subscribing to the comment feed for this post.