Durante um fórum organizado a 9 de Março no complexo da Microsoft em Mountain View, em Silicon Valey, a ex-vice presidente de Marketing e Desenvolvimento da Comunidade da Linden Lab Robin Harper, que muito recentemente deixou a empresa, revelou alguns dados financeiros extraordinários sobre a economia interna do Second Life...
Com base na projecção anual de resultados trimestrais a empresa descobriu que vários Residentes donos de negócios estavam a registar receitas em dólares Linden equivalentes a mais de um milhão de dólares norte-americanos por ano, com o maior de todos a arrecadar uns estimados 1,7 milhões.
Num relato inicialmente publicado num blogue era sugerido que o topo da tabela fora conseguido com a venda de sapatos virtuais, o que parecia bastante incrível; por isso decidi confirmar essa questão com a Robin. O valor de 1,7 milhões está correcto, disse-me ela por email, e, numa correcção que fez hoje [23 de Março] no seu blogue, não se deve à venda de sapatos.
"[Várias] pessoas/contas estão a ter receitas em dólares norte-americanos que excedem o milhão por ano (com o valor mais elevado a chegar a uns estimados 1,7 milhões), de acordo com projecções anuais de dados trimestrais. A maior parte dos que aparecem no top 10 são empresários do negócio imobiliário, mas nesse grupo está também uma empresa que organiza eventos e uma outra que cria objectos virtuais incluindo sapatos."
Além da pura surpresa causada por tão elevados valores, duas coisas destacam-se para mim:
Apesar de ser bem conhecido que muitos dos barões do imobiliário do SL são extremamente bem sucedidos, muitas pessoas têm como certo que essa riqueza se baseia no valor da terra (i.e. os servers) que possuem. (É esse o caso de Anshe Chung, que afirmou em 2006 ser a primeira milionária do SL, mas isso sustentado sobretudo no seu património imobiliário, que ela terá de vender para efectivamente lhe chegar às mãos um milhão em dólares norte-americanos.) Agora, graças à Robin, descobrimos que vários barões do imobiliário podem efectivamente ter esse valor em receitas, se não mesmo mais.
Igualmente surpreendente é o facto de o top 10 não ter apenas gente do negócio imobiliário, mas encontrarem-se lá também criadores de moda/mobiliário virtual e organizadores de eventos. Nunca suporia que qualquer deles conseguisse alcançar um nível de receitas de tal envergadura. Agora, segue-se a pronta especulação: quem é que se está a dar assim tão bem no SL, e como é que o conseguiram?
Agradecimentos: JeanRicard Broek
Sobre a tradutora Tonjampae Amat:
"Lisboa é a minha cidade, de entre algumas outras que ouso chamar minhas. Adoro a sua luz, a heterogeneidade do seu povo - e agora já estou a falar do meu país - e a riqueza da sua língua. Sou jornalista e escrevo sobre política internacional. (Aprendi as primeiras coisas que sei sobre política em livros de ficção científica, uns livros pequeninos, de capa azul, que povoaram as tardes da minha infância e adolescência).
"Descobri o Second Life através de amigos, que mo apresentaram como um espaço de comunicação global e um universo de criatividade em contínua expansão. Fez-me recordar os meus sonhos de Argonauta. Já lhe vou dominando a linguagem nas palavras e, mesmo não tendo ainda sido capaz de desenhar sequer uma linha recta, sei que um dia conseguirei construir um barco."
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