Há algumas semanas escrevi sobre os mais populares grupos de roleplaying do Second Life, compilados a partir da análise in-world de Louis Platini, da empresa de pesquisas Metaverse Business. Estes grupos tinham entre 1.500 e 8.500 membros, mas o leitor do NWN Hiri Nurmi argumentou que os dados de Platini não contemplavam a maior comunidade de roleplaying de todas: os Goreans, que jogam em espaços do SL baseados e inspirados nos romances de fantástico de John Norman.
"A estimativa actual é de que há cerca de 300 sims Gorean assumindo uma ou outra forma (e a aumentarem), muitos em pequenos continentes (como Saleria)", escreveu Nurmi. "O número de jogadores é mais difícil de contabilizar, mas a estimativa mais recente que vi dava conta de algo acima dos 70 mil", dizia ainda.
Pedi a Platini para verificar estes dados, e ele apresentou-me de volta um número que não era assim tão grande, mas mesmo assim bastante elevado:
"Dos 220 mil grupos [do Second Life] que identifiquei até agora, encontrei 710 com as palavras 'Gor' ou 'Gorean' no nome. A soma de todos os membros é de 48.818", disse-me por email. Platini sublinha que deve haver uma grande duplicação de membros, com muitos Goreans a pertencerem a vários grupos; mas ainda assim, isso dará muito provavelmente um número de membros únicos entre os 10 mil e os 20 mil.
De qualquer forma é um enorme contingente criado à volta de uma narrativa de fantástico decididamente de teor adulto, controversa devido aos temas recorrentes de escravatura feminina e dominação masculina, habitualmente presentes no imaginário sadomasoquista.
Como a imagem acima sugere, é também um mundo bem concebido e detalhado, com as suas próprias estruturas sociais, clãs concorrentes e uma cultura emergente. Sei da existência de Goreans no Second Life desde 2004; e, em termos gerais, creio que é correcto dizer que a maior parte dos seus membros mantém a mais vasta sociedade do SL a uma distância educada, preferindo permanecer na sua própria rede de ilhas privadas. O que me surpreende é o quanto eles cresceram desde aquela altura.
Crédito da imagem: Clã Gorean "Wolfsaber", por Chrissou Subagja
Sobre a tradutora Tonjampae Amat:
"Lisboa é a minha cidade, de entre algumas outras que ouso chamar minhas. Adoro a sua luz, a heterogeneidade do seu povo - e agora já estou a falar do meu país - e a riqueza da sua língua. Sou jornalista e escrevo sobre política internacional. (Aprendi as primeiras coisas que sei sobre política em livros de ficção científica, uns livros pequeninos, de capa azul, que povoaram as tardes da minha infância e adolescência).
"Descobri o Second Life através de amigos, que mo apresentaram como um espaço de comunicação global e um universo de criatividade em contínua expansão. Fez-me recordar os meus sonhos de Argonauta. Já lhe vou dominando a linguagem nas palavras e, mesmo não tendo ainda sido capaz de desenhar sequer uma linha recta, sei que um dia conseguirei construir um barco."
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