"Hasi" é o título de uma tela a óleo feita pela artista conhecida no Second Life como Four Yip, cujos trabalhos ímpares e evocativos são amiúde baseados em avatares do SL. (Escrevi sobre ela no ano passado.) Na semana passada [segunda semana de Maio], ela pôs "Hasi" em leilão no evento anual do Relay For Life no Second Life, a favor da American Cancer Society.
À esquerda, a tela a óleo de 9 x 10 polegadas (23,5 x 27,4 cm) de Four Yip; à direita, o avatar Yip com a versão virtual do quadro
Terminadas as licitações, o lance vencedor levou o quadro por 210 mil dólares Linden - o equivalente a mais de 800 dólares norte-americanos. Esta não é a mais elevada licitação feita no Relay For Life do SL; creio que esse recorde ainda pertence ao artilhado carro cor-de-rosa Dominus Shadow, que foi adquirido anonimamente por 1900 dólares norte-americanos em moeda Linden, em 2006. Porém, a licitação feita à tela de Yip é muito provavelmente a mais elevada quantia de dinheiro paga por um objecto do mundo real com dólares Linden.
Quanto ao retrato: "É difícil dizer mais sobre uma pintura", afirma Four Yip. "Eu pinto e a pintura 'fala'. A tela baseia-se no Second Life e não retrata nenhum avatar em particular". Ela concede que o retrato se assemelha de perto ao seu próprio avatar, que tem uma aparência tipo coelho. "Mas a coisa mais fabulosa e importante é que este 'coelhinho engraçado' angariou um dinheiro muito significativo para o Relay For Life", diz-me ela. O próximo desafio de Four Yip é encontrar um papel de embrulho bem bonito, para enviar a tela ao seu novo dono.
As imagens são uma cortesia de Yip.
Sobre a tradutora Tonjampae Amat:
"Lisboa é a minha cidade, de entre algumas outras que ouso chamar minhas. Adoro a sua luz, a heterogeneidade do seu povo - e agora já estou a falar do meu país - e a riqueza da sua língua. Sou jornalista e escrevo sobre política internacional. (Aprendi as primeiras coisas que sei sobre política em livros de ficção científica, uns livros pequeninos, de capa azul, que povoaram as tardes da minha infância e adolescência).
"Descobri o Second Life através de amigos, que mo apresentaram como um espaço de comunicação global e um universo de criatividade em contínua expansão. Fez-me recordar os meus sonhos de Argonauta. Já lhe vou dominando a linguagem nas palavras e, mesmo não tendo ainda sido capaz de desenhar sequer uma linha recta, sei que um dia conseguirei construir um barco."
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